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Brasil é líder em golpes digitais e risco virou rotina; saiba como se proteger

País é alvo de ataques cibernéticos a cada oito segundos; especialistas alertam sobre riscos e recomendam boas práticas de segurança digital

O Brasil se tornou um dos principais alvos de ataques cibernéticos no mundo. Segundo especialistas em segurança da informação, a cada oito segundos, um brasileiro é vítima de algum tipo de golpe digital. As modalidades mais comuns incluem clonagem de cartão, fraudes via WhatsApp, envio de links falsos, engenharia social e uso indevido de dados vazados.

Recentemente, até mesmo o Sistema de Pagamentos Brasileiro sofreu um ataque de grandes proporções, expondo a fragilidade de instituições frente à crescente sofisticação das fraudes. Diante da ausência de uma política nacional robusta de proteção digital, a recomendação é que cidadãos e empresas adotem medidas práticas de segurança para reduzir os riscos.

Principais tipos de golpes digitais mais comuns no país

Entre os golpes digitais mais recorrentes no Brasil estão:

  • Clonagem de WhatsApp, com uso de engenharia social para enganar contatos da vítima;
  • Links falsos enviados por e-mail ou SMS, com aparência legítima de bancos, Correios ou redes sociais;
  • Clonagem de cartões, geralmente após compras em sites ou maquininhas comprometidas;
  • Falsas centrais telefônicas, em que criminosos simulam números de bancos e induzem o usuário a fornecer dados sigilosos;
  • Abertura de contas e contratos de crédito com dados pessoais vazados.

Essas práticas criminosas se valem, em grande parte, da negligência com a segurança digital básica por parte dos usuários.

Senhas fortes e gerenciadores são essenciais

Um dos erros mais comuns é o uso de senhas fracas e repetidas. De acordo com levantamentos recentes, as senhas mais utilizadas no Brasil ainda são "123456", "123456789" e "brasil" — todas facilmente quebráveis por ferramentas automatizadas.

A orientação de especialistas é clara:

  • Utilize senhas fortes, únicas para cada serviço, com letras, números e caracteres especiais;
  • Use um gerenciador de senhas confiável, que armazena e preenche as senhas de forma segura;
  • Evite salvar senhas no navegador, especialmente em dispositivos compartilhados ou de uso corporativo.

Essa prática impede que um vazamento em um serviço comprometa todos os acessos do usuário.

Autenticação em múltiplos fatores é indispensável

Além de senhas seguras, a adoção da autenticação em dois ou mais fatores (2FA ou MFA) é essencial para proteger contas sensíveis, como e-mails, sistemas bancários e plataformas corporativas.

Os métodos mais seguros são:

  • Aplicativos autenticadores, como Microsoft Authenticator, Google Authenticator ou Authy;
  • Chaves de segurança físicas, como YubiKey, que exigem a presença física do dispositivo;
  • Evitar o uso de SMS para autenticação, devido à vulnerabilidade de ataques por portabilidade indevida de número.

No ambiente corporativo, especialmente em áreas sensíveis como contabilidade, finanças e RH, a recomendação é utilizar fatores múltiplos (3FA) sempre que possível.

Cuidados com e-mails e mensagens suspeitas

A engenharia social segue como uma das principais armas dos cibercriminosos. Golpistas usam mensagens cuidadosamente formuladas para induzir o usuário a clicar em links maliciosos ou fornecer dados confidenciais.

Atenção especial deve ser dada a:

  • E-mails com aparência de bancos, operadoras ou instituições públicas solicitando atualização de dados;
  • Mensagens de entrega falsas atribuídas aos Correios ou transportadoras;
  • Mensagens urgentes ou com senso de ameaça, que induzem à ação imediata.

A recomendação é nunca clicar em links recebidos sem verificar a origem e, em caso de dúvida, acessar diretamente o site oficial da instituição.

Como proteger suas contas no WhatsApp e redes sociais

Aplicativos de mensagens como WhatsApp também exigem camadas extras de segurança. Para evitar se tornar alvo de clonagem:

  • Ative a verificação em duas etapas (PIN) no WhatsApp, com senha de seis dígitos;
  • Oculte a foto de perfil e status para não contatos, dificultando a engenharia social;
  • Nunca forneça códigos recebidos por SMS, mesmo que a solicitação venha de um amigo ou familiar.

Golpe da falsa central telefônica preocupa autoridades

Uma prática crescente no Brasil é o golpe da central telefônica falsa, em que criminosos simulam o número do banco da vítima usando tecnologias de spoofing. A ligação aparece como se fosse oficial, mas é fraudulenta.

A Anatel tem sido cobrada por especialistas em cibersegurança para reforçar a regulamentação sobre chamadas com número mascarado, mas ainda há fragilidades nesse controle.

Ferramentas para monitorar fraudes com CPF e reduzir riscos

Usuários e empresas podem adotar algumas ferramentas gratuitas para acompanhar eventuais fraudes com seus dados pessoais:

  • Registrato (Banco Central): permite verificar contas, empréstimos e operações de câmbio registradas em seu CPF;
  • Não Me Perturbe (www.naomeperturbe.com.br): plataforma para bloquear ligações de telemarketing indesejadas;
  • Plataformas de monitoramento de CPF (como Serasa e Boa Vista), que alertam sobre negativação ou tentativas de crédito.

Segurança digital não é mais opcional

Com a quantidade massiva de dados vazados na internet, incluindo CPFs, e-mails, telefones, senhas e até biometria, a segurança digital precisa ser tratada como prioridade.

Negligenciar medidas básicas expõe o usuário a golpes que podem resultar em prejuízos financeiros, danos à reputação ou processos judiciais, especialmente para profissionais que lidam com dados sensíveis, como contadores, advogados e empresários.

Proteger-se é responsabilidade contínua

O Brasil ocupa lugar de destaque entre os países com maior incidência de golpes digitais. Diante da escalada de ataques e da sofisticação dos métodos utilizados, manter uma postura de vigilância ativa é indispensável.

Empresas devem investir em treinamento de colaboradores, implementar políticas de segurança da informação, além de adotar ferramentas que reforcem a higiene digital no dia a dia.